Habilidades
Respostas
Avaliação de Língua Portuguesa
Professora: Natalia Rosana Teixeira / 7º ANO
Nome:
____________________________________________________________ Turma:_______
Data:_______________
Texto 1: questões 1 a 7
O
aprendiz de escritor
Escrevo
há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi – e acho mesmo que não
aprendi, a gente nunca pára de aprender -, não foi por falta de prática. Porque
comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a
isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias dos personagens que me
encantaram, o Saci-Pererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Tarzan,
os piratas. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de meus
personagens, essas criaturas reais ou imaginárias, com quem convivi desde a
infância.
“Na
verdade”, eu escrevi ali em
cima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor
de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo
grau, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso. Fama, não; ele era mentiroso.
Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele.
Certa
vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldades sobrevoava
Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia,
preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o Mentiroso.
Pálido:
—
Vocês nem podem imaginar!
Uma
pausa dramática, e logo em seguida:
—
Sabem esse avião que estava em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por
pouco. Gente, que coisa horrível! E começou a descrever o avião incendiando, o
piloto gritando por socorro… Uma cena impressionante. Aí veio um colega
correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrissar, são e salvo. Todo mundo
começou a rir. Todo mundo, menos o Mentiroso:
—
Não pode ser! – repetia incrédulo, irritado. — Eu vi o avião cair!
Agora, quando lembro este fato, concluo que
não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da
imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e
tudo o mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que
precisava, naquele momento, eram um lápis e um papel. Se tivesse escrito o que
dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma
questão de nomes, de palavras. Palavras. São tudo, para quem escreve. Ou quase
tudo. Como a serra, o martelo, a plaina, a madeira, a cola e os pregos para o
marceneiro; como a colher, o prumo, os tijolos e a argamassa para o pedreiro;
como a fazenda, a linha, a tesoura e a agulha para o alfaiate. Estou falando em
instrumentos de trabalho, porque literatura nem sempre parece trabalho.
Há
uma história (sempre contando histórias, Moacyr Scliar! Sempre contando
histórias!) sobre um escritor e seu vizinho. O vizinho olhava o escritor que
estava sentado, quieto, no jardim, e perguntava: Descansando, senhor escritor?
Ao que o escritor respondia: Não, trabalhando. Daí a pouco o vizinho via o
escritor mexendo na terra, cuidando das plantas: Trabalhando? Não, respondia o
escritor, descansando. As aparências enganam; enganaram até o próprio escritor.
SCLIAR,
Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional,
1984. (fragmento)
Identifica a função dos recursos utilizados, como conjunções,
figuras de linguagem, etc.
1) Leia este trecho, observando as
expressões destacadas:
“Não
só as histórias das personagens que me encantam [...]. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de minhas
personagens, estas criaturas reais e imaginárias que convivi desde a infância.”
As
expressões destacadas exprimem uma idéia de:
a)
Oposição
b)
Alternância
c)
Adição
Reconhece as características do gêneros estudados
2) Observe a frase: “Estas criaturas reais
ou imaginárias com quem convivi desde a
infância.”
A expressão destacada na frase emite uma
noção de:
a) Lugar
b) Tempo
c) Modo
Infere o sentido de uma
palavra ou expressão
3) Observe a frase e marque a alternativa
que melhor define a palavra destacada:
“Uma vez, o rádio deu uma notícia alarmante.”
a) A palavra indica que a notícia dada no
rádio não exigia muita preocupação, não era grave.
b) A palavra destacada indica
que a notícia era séria e preocupante.
c) A palavra destacada indica que a notícia
era engraçada.
Reconhece as características dos gêneros estudados
4) Assinale o tipo de narrador predominante
no texto:
a)
Narrador personagem/ narrador onipresente/ 1ª pessoa
b)
Narrador
observador/ narrador onisciente/ 3ª pessoa
c)
Narrador
inexistente
Reconhece as características dos gêneros estudados
5) Marque em qual parágrafo do texto há uma
mudança de tipo de narrador:
a) Segundo parágrafo
b) Sexto parágrafo
c) Último parágrafo
Reconhece as características dos gêneros estudados
6) Leia abaixo o último parágrafo do texto e
marque a resposta certa sobre a respectiva classificação dos elementos
destacados:
“Há uma história (sempre
contando histórias, Moacyr Scliar! Sempre contando histórias!) sobre um escritor e seu vizinho. O vizinho
olhava o escritor que estava sentado, quieto, no jardim, e perguntava: Descansando, senhor escritor? Ao que o
escritor respondia: Não, trabalhando. Daí
a pouco o vizinho via o escritor mexendo na terra, cuidando das plantas:
Trabalhando? Não, respondia o escritor, descansando. As aparências enganam;
enganaram até o próprio escritor.”
a)
Personagens
– tempo – espaço
b)
Tempo
– personagens – espaço
c)
Personagens – espaço – tempo
Infere informações implícitas no texto
7) “Agora, quando lembro este fato, concluo que
não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da
imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e
tudo o mais.”
A partir do trecho acima é possível
concluir que:
a) Seu colega não era mais
considerado, ao menos para o narrador, um mentiroso
b) O narrador continuou acreditando no fato
de que o avião caiu
c) Seu colega inventou tudo para ganhar
atenção
Texto 2: questões 8 a 13
A incapacidade de ser verdadeiro
Paulo
tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois
dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A
mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no
pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de queijo. Desta vez Paulo não só
ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando
o menino voltou falando que todas as borboletas da terra passaram pela chácara
de Dona Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo
céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a
cabeça:
–
Não há nada a fazer, dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
ANDRADE, Carlos Drummond de. O sorvete
e outras histórias. São Paulo: Ática, 2003
Identifica
as informações explícitas
8) Quando Paulo chegou em casa dizendo que
vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas,
a mãe:
(a) colocou-o
de castigo.
(b) deixou-o sem sobremesa.
(c) levou-o ao médico.
Localiza as informações
explícitas
9) A preocupação da mãe que a fez levar o
filho ao médico deveu-se à:
(a) fábula dos dragões-da-independência
cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
(b) história do pedaço de lua, cheio de
queijo no pátio da escola.
(c) passagem
das borboletas pela chácara de dona Elpídia formando um tapete voador.
Identifica as informações
através de pistas sugeridas pelo próprio texto
10) O parecer do médico “este menino é mesmo
um caso de poesia”, sugere que Paulo:
(a) agia dessa forma pelo excesso de
castigo.
(b) brincava com coisas verdadeiras.
(c) era um
menino imaginativo e criativo.
Reconhece as
características dos gêneros estudados
11) Numere de acordo com os elementos
narrativos:
(1) As personagens ( 3 ) casa de Paulo
(2) O narrador ( 4 )
um dia; na semana seguinte; após o exame
(3) O ambiente
( 1 )
Paulo, mãe e médico
(4) O tempo
( 2 )
narrador observador
Infere o sentido d uma palavra ou expressão
12) “A
mãe botou-o de castigo, mas na
semana seguinte ele veio contando
que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de queijo.”
Os
pronomes destacados na frase referem-se:
a) Ao castigo de Paulo
b) Ao Paulo
c) Ao pedaço de Lua
Identifica o conflito gerador e o enredo
13) Complete o quadro abaixo conforme a
estrutura da narrativa:
Declaração inicial
|
Paulo
tinha fama de mentiroso
|
Fato 1:
|
Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois
dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
|
Consequência:
|
A mãe botou-o de castigo.
|
Fato 2:
|
Contou que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo
cheio de queijo.
|
Consequência:
|
Ficou sem sobremesa como
foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
|
Fato 3:
|
Voltou falando que todas as borboletas da terra passaram pela
chácara de Dona Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo
ao sétimo céu.
|
Consequência:
|
A mãe decidiu levá-lo
ao médico.
|
Conclusão (diagnóstico):
|
Este menino é mesmo um caso de poesia.
|
Identifica o tema (assunto)
do texto
14) Os textos 1 e 2 sugerem que:
a) Mentira e fantasia são sinônimos (iguais).
b) Mentira e imaginação parecem brincadeiras.
c) Mentira e imaginação são
coisas bem diferentes.
Reconhecer as variações
linguísticas
15)Observe a tira e reescreva as palavras
que você fala diferente de Chico Bento e sua família:
Num= não ; preu= pra eu;
drumi= dormir; pru que= por que; fio= filho; drumindo= dormindo;
Sabe= saber; dos fim= do
fim ou do final.
Identificar o tema (ideia) do texto
16)Explique em que consiste o humor da tira:
Muito boa essa atividade para avaliar as habilidades de interpretação de nossos alunos. Vou usar !!
ResponderExcluirAmei esse texto!
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