O pão nosso de cada dia
Texto
1
Será que existe uma pessoa no mundo
que não gosta de pão? Não foi sem razão que Cristo escolheu o pão para
representar seu corpo. Além de ser ótimo, o pão leva uma vantagem imensa sobre
todos os alimentos. É, de certa forma, o único que pode ser comido novo ou
velho, dormido ou quente. E que mesmo
quando está duro, serve para fazer farinha, pudim, rabanada e até para acender
churrasqueira, quando é molhado no álcool e colocado por baixo do carvão...
Além disso, pão combina com tudo. Um simples
“pão molhado”, daqueles que são vendidos
em botequins, pode ser um acepipe dos deuses, quando o caldinho é de primeira.
Quem nunca pegou um pedaço de pão e mergulhou no caldo de carne cozida? Ou no
tabuleiro onde um pernil está sendo assado? Pão com linguiça é ótimo – e com
torresmo também. Pão molhado com azeite de lagar é de lamber os beiços.
E uma açorda portuguesa, que é sopa feita com
pão dormido, muito azeite, coentro, cebola?
Até quando é ruim, o pão pode ser
transformado num bom alimento. Pode ser esquentado, pode ser esfregado com
azeite e alho, pode ser cortado em pedaços e torrado no forno. Podia passar o
resto da vida falando no bom do pão. O que é mais ou menos chover no molhado,
porque todo mundo sabe de suas mil e uma utilidades.
Há uns best-sellers:
bisnaga com salame – alguém esquece? Ainda mais agora, que a gente pode comprar
salame italiano em qualquer delicatessen. Pão
quente com manteiga, derretendo, uma xícara de café. Ninguém precisa comer mais
nada para conhecer o que é bom.
O povo francês entende do riscado.
No país, o pão é mais do que um alimento, é uma bandeira, é uma identidade, um
referencial. É por isso que é tratado com tanta intimidade, vai debaixo do
braço sem embalagem, no fim da tarde ou no começo da manhã, pousa em cima do
banco da praça numa pausa para o descanso, aparece em primeiro lugar em todas
as mesas de refeição, qualquer que seja a comida pedida. E muitas vezes é a
própria refeição; uma baguete inteira, com queijo e presunto alimenta qualquer
um...
(Marina,
Anna. Estado de Minas, 10 jul. 1998.)
1) Leia os
fragmentos retirados do texto:
“Um simples “pão
molhado”, daqueles que são vendidos em botequins, pode ser um acepipe dos deuses”
“Pão molhado com
azeite de lagar é de lamber os
beiços.”
Leia, agora, o significado das palavras
destacadas, de acordo com o dicionário:
acepipe: comida fina,
iguaria, petisco.
lagar:
espécie
de tanque onde se espremem as azeitonas para a produção de azeite.
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Com base na
leitura do texto e nos significados dos termos acima, pode-se afirmar que:
a) um pão molhado
pode tornar-se uma comida refinada, e é delicioso o pão molhado em azeite
produzido em certo tipo de tanque.
b) o pão molhado
é uma comida barata de botequim, e fica gorduroso o pão molhado em azeite puro.
c) um simples pão
molhado é uma comida cara, e é gostoso o pão molhado em azeite de tanque.
d) um pão molhado
pode tornar-se uma comida deliciosa, e é indigesto o pão molhado em azeite
puro.
2) Leia o trecho: “E
uma açorda portuguesa, que é sopa feita com pão dormido, muito azeite,
coentro, cebola?”
O termo
sublinhado no período acima remete a um:
a) pão que só será produzido no dia seguinte.
b) pão que não foi consumido no mesmo dia de sua
fabricação.
c) tipo de pão
muito barato, próprio para fazer a açorda.
d) tipo de pão
que só pode ser consumido no outro dia.
3)
Leia o trecho abaixo:
“Há uns best-sellers: bisnaga com salame – alguém esquece? Ainda mais agora,
que a gente pode comprar salame italiano em qualquer delicatessen. Pão quente com manteiga, derretendo, uma xícara
de café. Ninguém precisa comer mais nada para conhecer o que é bom.”
Agora, leia o
significado de:
best-sellers:
1. os livros de sucesso; 2. produtos muito vendidos.
delicatessen:
estabelecimento onde se vendem petiscos refinados, salgados ou doces.
De
acordo com o texto, pode-se substituir as duas expressões destacadas por:
a) livros mais
vendidos / petiscos de sabor refinado.
b) os mais
consumidos / lojinha de comidas finas.
c) grandes
sucessos / loja de aperitivos.
d) os mais
vendidos / padaria e confeitaria.
4)
No período “Há uns best-sellers: bisnaga com salame – alguém esquece?”
O uso
do travessão serve para:
a) apresentar a opinião
da maioria das pessoas sobre bisnaga com salame.
b) inserir o
pensamento do autor do texto.
c) marcar a fala
do personagem.
a) enfatizar a
importância do salame.
5)
Substituindo a expressão destacada na oração
“Ainda mais agora que a gente pode
comprar salame em qualquer delicatessen.” ,
teremos, de acordo com o texto:
a) que vocês
podem...
b) que nós
podemos...
c) que nós
poderemos...
d) que vocês
poderão...
6)
Leia o trecho abaixo:
“No
país, o pão é mais do que um alimento, é uma bandeira, é uma identidade, um
referencial.”
A expressão “No país” refere-se:
a) ao Brasil.
b) à Espanha.
c) à França.
d) a Portugal.
7)
Explique a expressão: “Até quando é ruim, o pão pode ser transformado num bom alimento”.
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Texto 2
Arroz,
feijão, bife, ovo
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso
nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair
para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a
dieta da alma?
Outro dia, no meio da tarde,
senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me
dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas,
e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha
geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso
ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se
alimentar?
Revista, jornal, internet, isso
tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro
da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas
seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira
neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça.
Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta,
cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida,
visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito
nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente.
Cace o afeto, procure quem você
gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria,
permita que lhe cacem também.
Cace a liberdade que anda tão
rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem
regras, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi
contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente,
o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir,
sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que
não conhece. Olhe para sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse
um turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso
me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me
descuido, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou
me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar
no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes a gente esquece de
se alimentar direito.
8)
A autora introduz sua
crônica fazendo referência a que tipo de alimentação?
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9)
Leia: “Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por
dentro. Uma fome que me deixou melancólica.”
Melancólica significa triste,
desanimada. A que tipo de “fome” a autora se refere?
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10)
No texto há várias
sugestões para nos “alimentarmos direito”. Cite no mínimo três:
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Proposta de Redação
Conforme vimos, uma alimentação saudável é
essencial para mantermos a nossa saúde. Porém, vimos também que isso não basta...
Por que ninguém quer apenas “ficar de pé”. Queremos viver com qualidade. Temos
fome de diversão!
Com base na introdução acima e na imagem ao lado,
escreva um texto sobre o que lhe mantém vivo (a), além de
uma boa alimentação, claro!
Mínimo: 15 linhas
Máximo: 30 linhas
gostaria do gabarito do texto o pão nosso de cada dia
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ExcluirGostaria dgabarito
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