terça-feira, 25 de junho de 2013

Avaliação das habilidades de interpretação



Habilidades
Respostas

Avaliação de Língua Portuguesa
Professora: Natalia Rosana Teixeira / 7º ANO
Nome: ____________________________________________________________ Turma:_______ Data:_______________

Texto 1: questões 1 a 7
O aprendiz de escritor

Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi – e acho mesmo que não aprendi, a gente nunca pára de aprender -, não foi por falta de prática. Porque comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias dos personagens que me encantaram, o Saci-Pererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Tarzan, os piratas. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de meus personagens, essas criaturas reais ou imaginárias, com quem convivi desde a infância.
“Na verdade”, eu escrevi ali em cima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo grau, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso. Fama, não; ele era mentiroso. Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele.
Certa vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldades sobrevoava Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia, preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o Mentiroso. Pálido:
— Vocês nem podem imaginar!
Uma pausa dramática, e logo em seguida:
— Sabem esse avião que estava em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por pouco. Gente, que coisa horrível! E começou a descrever o avião incendiando, o piloto gritando por socorro… Uma cena impressionante. Aí veio um colega correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrissar, são e salvo. Todo mundo começou a rir. Todo mundo, menos o Mentiroso:
— Não pode ser! – repetia incrédulo, irritado. — Eu vi o avião cair!
 Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo o mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que precisava, naquele momento, eram um lápis e um papel. Se tivesse escrito o que dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma questão de nomes, de palavras. Palavras. São tudo, para quem escreve. Ou quase tudo. Como a serra, o martelo, a plaina, a madeira, a cola e os pregos para o marceneiro; como a colher, o prumo, os tijolos e a argamassa para o pedreiro; como a fazenda, a linha, a tesoura e a agulha para o alfaiate. Estou falando em instrumentos de trabalho, porque literatura nem sempre parece trabalho.
Há uma história (sempre contando histórias, Moacyr Scliar! Sempre contando histórias!) sobre um escritor e seu vizinho. O vizinho olhava o escritor que estava sentado, quieto, no jardim, e perguntava: Descansando, senhor escritor? Ao que o escritor respondia: Não, trabalhando. Daí a pouco o vizinho via o escritor mexendo na terra, cuidando das plantas: Trabalhando? Não, respondia o escritor, descansando. As aparências enganam; enganaram até o próprio escritor.

SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984.  (fragmento)




Identifica a função dos recursos utilizados, como conjunções, figuras de linguagem, etc.
1)     Leia este trecho, observando as expressões destacadas:

Não só as histórias das personagens que me encantam [...]. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de minhas personagens, estas criaturas reais e imaginárias que convivi desde a infância.”


As expressões destacadas exprimem uma idéia de:

a)      Oposição  
b)     Alternância
c)      Adição

Reconhece as características do gêneros estudados
2)     Observe a frase: “Estas criaturas reais ou imaginárias com quem convivi desde a infância.”
A expressão destacada na frase emite uma noção de:

a)      Lugar
b)     Tempo
c)      Modo

Infere o sentido de uma palavra ou expressão
3)     Observe a frase e marque a alternativa que melhor define a palavra destacada:

“Uma vez, o rádio deu uma notícia alarmante.”

a)      A palavra indica que a notícia dada no rádio não exigia muita preocupação, não era grave.
b)     A palavra destacada indica que a notícia era séria e preocupante.
c)      A palavra destacada indica que a notícia era engraçada.

Reconhece as características dos gêneros estudados
4)     Assinale o tipo de narrador predominante no texto:

a)      Narrador personagem/ narrador onipresente/ 1ª pessoa
b)     Narrador observador/ narrador onisciente/ 3ª pessoa
c)      Narrador inexistente

Reconhece as características dos gêneros estudados
5)     Marque em qual parágrafo do texto há uma mudança de tipo de narrador:

a)      Segundo parágrafo
b)     Sexto parágrafo
c)      Último parágrafo


Reconhece as características dos gêneros estudados
6)     Leia abaixo o último parágrafo do texto e marque a resposta certa sobre a respectiva classificação dos elementos destacados:




“Há uma história (sempre contando histórias, Moacyr Scliar! Sempre contando histórias!) sobre um escritor e seu vizinho. O vizinho olhava o escritor que estava sentado, quieto, no jardim, e perguntava: Descansando, senhor escritor? Ao que o escritor respondia: Não, trabalhando. Daí a pouco o vizinho via o escritor mexendo na terra, cuidando das plantas: Trabalhando? Não, respondia o escritor, descansando. As aparências enganam; enganaram até o próprio escritor.”


a)      Personagens – tempo – espaço
b)     Tempo – personagens – espaço
c)      Personagens – espaço – tempo

Infere informações implícitas no texto
7)      “Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo o mais.”
A partir do trecho acima é possível concluir que:

a)      Seu colega não era mais considerado, ao menos para o narrador, um mentiroso
b)     O narrador continuou acreditando no fato de que o avião caiu
c)      Seu colega inventou tudo para ganhar atenção
Texto 2: questões 8 a 13

A incapacidade de ser verdadeiro

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da terra passaram pela chácara de Dona Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
– Não há nada a fazer, dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O sorvete e outras histórias. São Paulo: Ática, 2003


                Identifica as informações explícitas
8)     Quando Paulo chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas, a mãe:

(a) colocou-o de castigo.
(b) deixou-o sem sobremesa.
(c) levou-o ao médico.


Localiza as informações explícitas
9)     A preocupação da mãe que a fez levar o filho ao médico deveu-se à:

(a) fábula dos dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
(b) história do pedaço de lua, cheio de queijo no pátio da escola.
(c) passagem das borboletas pela chácara de dona Elpídia formando um tapete voador.


Identifica as informações através de pistas sugeridas pelo próprio texto
10) O parecer do médico “este menino é mesmo um caso de poesia”, sugere que Paulo:

(a) agia dessa forma pelo excesso de castigo.
(b) brincava com coisas verdadeiras.
(c) era um menino imaginativo e criativo.


Reconhece as características dos gêneros estudados
11) Numere de acordo com os elementos narrativos:

(1)  As personagens                                               ( 3 ) casa de Paulo
(2)  O narrador                                                        ( 4 ) um dia; na semana seguinte; após o exame
(3)  O ambiente                                                       ( 1 ) Paulo, mãe e médico
(4)  O tempo                                                             ( 2 ) narrador observador

Infere o sentido d uma palavra ou expressão
12) “A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de queijo.”

Os pronomes destacados na frase referem-se:

a)      Ao castigo de Paulo
b)     Ao Paulo
c)      Ao pedaço de Lua


Identifica o conflito gerador e o enredo
13) Complete o quadro abaixo conforme a estrutura da narrativa:

Declaração inicial
Paulo tinha fama de mentiroso
Fato 1:
Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois
dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.

Consequência:



A mãe botou-o de castigo.
Fato 2:
Contou que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de queijo.

Consequência:
Ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.

Fato 3:
Voltou falando que todas as borboletas da terra passaram pela chácara de Dona Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu.
Consequência:
A  mãe decidiu levá-lo ao médico.

Conclusão (diagnóstico):
Este menino é mesmo um caso de poesia.


Identifica o tema (assunto) do texto
14) Os textos 1 e 2 sugerem que:
a)       Mentira e fantasia são sinônimos (iguais).
b)      Mentira e imaginação parecem brincadeiras.
c)      Mentira e imaginação são coisas bem diferentes.




Reconhecer as variações linguísticas
15)Observe a tira e reescreva as palavras que você fala diferente de Chico Bento e sua família:
Num= não ; preu= pra eu; drumi= dormir; pru que= por que; fio= filho; drumindo= dormindo;
Sabe= saber; dos fim= do fim ou do final.

Identificar o tema (ideia) do texto
16)Explique em que consiste o humor da tira:

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